Sete longos anos se passaram desde o último single lançado pelo McFly. Entre a formação do McBusted, de um hiatos não programado, de desentendimentos internos e terapia grupal, a possibilidade da banda nunca mais voltar era enorme, como disse Tom Fletcher em entrevista à BBC.
Após todo desgaste emocional enfrentado por eles, tudo começou a voltar para os eixos após o show marcado na arena O2. “Nós percebemos que estávamos sendo estúpidos. Aquele foi o começo do nosso próximo capítulo”, revela Tom. Entretanto, ainda que os integrantes estivessem em sintonia novamente, colocar a banda de volta à ativa e produzir material continuava sendo um grande desafio.
Fletcher confessa que o principal problema era esperar que uma música fosse a resposta para tudo. “Isso realmente coloca uma pressão em você, como compositor, de fazer um hit que todos seus fãs vão amar, e que também vai reunir vocês como banda e reparar seus relacionamentos”, desabafa. “Nós precisávamos tirar tudo isso do nosso caminho primeiro e voltar completamente frescos”.
Para que esses problemas pudessem ser resolvidos, a banda estabeleceu uma rotina em que Tom levaria seus filhos para a escola, e então inventava uma melodia durante seu trajeto para o estúdio. Quando chegava, tocava para os seus companheiros, ao piano, ao passo que todos começavam a trabalhar juntos, gravando bateria, guitarras e vocais.
A rotina definida foi de grande importância e ajudou a banda a se encontrar novamente. Danny Jones revela que o processo de permitir que seu cérebro ficasse tão vivo e criando uma música a partir do zero é incrível. “É a primeira vez que sinto que todos nós tivemos parte nisso. Todos nós estávamos envolvidos, dividindo ao meio, e o processo foi muito colaborativo e energético”, relata.
Novo single
O primeiro gostinho do novo material poderá ser sentido já no final desse mês. Ainda que o título da música esteja sendo mantida sob sigilo, a BBC, que já teve a oportunidade de ouvi-la, a descreve como um prazer otimista e inebriante. “Tem um sentimento de ‘mãos para o alto’, nessa faixa”, revela Danny. “Como quando você está bêbado ou dando um churrasco. Você pode colocá-la e seus filhos vão dançar ao som dela, sua esposa vai dançar, seu avô, todo mundo. Até o rapazes podem se envolver, a multidão no futebol. Eu realmente consigo ouvir essa música na trilha do Fifa”.
Para os fãs brasileiros, uma surpresa: os riffs carnavalescos foram inspirados no massivo número de fãs sul-americanos e tem até uma dose de samba! “Nós tivemos que contatar a família do artista, eles não tem nem uma página no Spotify ou algo do tipo e eles ficaram animados com isso. ‘nossa música não é tocada há anos! Nem acreditamos nisso!’, conta Danny sobre o processo de elaboração dessa canção em especial.
Uma das grandes apostas do novo álbum é uma balada chamada You’re My Special e que foi reportada com potencial para competir com a clássica All About You como uma futura canção para ser tocada em casamentos. Já para os fãs dos antigos tempos do grupo, Tom promete que outras faixas serão “muito pesadas ou levemente emo, com grandes baladas bregas”.
O contrato
O álbum já estava quase terminado quando a banda assinou um contrato com a gravadora BMG – empresa alemã que ficou conhecida por trabalhar com artistas como Kylie Minogue, Keith Richards e The Cranberries.
Harry Judd revela que a banda teve uma conexão instantânea com Jamie Nelson, que queria assinar com eles. “Ele veio, escutou algumas das músicas, colocou seu cartão na mesa e disse: ‘eu amo o que estou ouvindo, eu sempre observei vocês como banda e sempre gostei do que fazem”, narra. “Ele basicamente brincou com nosso ego e disse todas as coisas certas”.
Já Nelson, o responsável pelo contrato, disse estar encantado por ter pego a banda da antiga gravadora Universal. “Se nossas interações iniciais são algo a ser seguido, isso vai ser tudo, mesmo monótono”, se empolga.
Com todos os planos agendados pausados devido ao coronavírus, os integrantes continuam se reunindo virtualmente, através do aplicativo Zoom. “Em retrospectiva, o que nós realmente precisávamos era de uma pausa pra perceber o quanto precisávamos do McFly”, confessa Tom. “Nós passamos toda nossa vida adulta sendo chamados de Tom McFly, ou de Danny do McFly, e parte de você desesperadamente quer justificar que isso não define quem você é, mas a verdade é que o McFly totalmente define quem nós somos. Está no nosso DNA”, finaliza.