Clarissa abre a mente e o coração em seu novo EP tudo, eu, enfim. Lançado na última sexta-feira (25), o projeto apresenta composições mais maduras com arranjos minimalistas nas cinco faixas da tracklist — desculpa qualquer coisa, tudo, eu, enfim, combustão espontânea, a casa e dia útil, eu inútil.
O mini-disco é mais uma adição na trajetória da carioca de 23 anos, que já conta com um EP homônimo, o álbum para-raio e diversos singles, entre eles o sucesso nada contra (ciúmes). Obras que trouxeram reconhecimentos como a indicação de Artista Revelação no Grammy Latino.
Com um timbre suave e natural, a cantora se firma no cenário musical brasileiro. Porém Clarissa tem tudo para brilhar na cena artística geral. A jovem também possui talento para a atuação, tendo estrelado produções como Ana e Vitória, Me Sinto Bem Com Você e Só Se For Por Amor.
O OFF teve a oportunidade de conversar com a artista sobre o EP, carreira, parcerias e futuro. Confira:
OFF: Você revisita o passado em tudo eu, enfim, relembrando o estilo do começo da sua carreira. Ao mesmo tempo, há uma demonstração de evolução pessoal e profissional. Como foi unir “passado” e “presente” na criação do projeto?
Clarissa: Já tínhamos a vontade de resgatar esse meu passado mais acústico e cru, mas queríamos criar uma identidade artística primeiro. Feito isso, agora pareceu o momento ideal para o lançamento de um trabalho assim, tanto pelas coisas que passei no ano passado que me inspiraram quanto pela persona que já havíamos construído.
OFF: Na faixa dia útil, eu inútil, a letra faz referência a algumas cobranças e autocríticas – e há um trecho sobre receitas de remédios que nunca foram tomados – que muitas pessoas podem se identificar. Existem muitos elementos autobiográficos em suas composições?
C: Sim, absolutamente tudo ali é autobiográfico! Mesmo que existam colaborações na composição, a parte da letra é cem por cento minha, por isso a franqueza e sinceridade.
OFF: Então você faz parte do time daqueles que esquecem de tomar a medicação?
C: Esqueço na medida em que preciso dos remédios. O início do meu antidepressivo foi extremamente regrado, por exemplo (risos).
OFF: Divulgada em 2021, nada contra (ciúme) se tornou um hino da bissexualidade. A canção tem tom de barganha, traz a outra pessoa para o centro da discussão. As músicas de tudo, eu, enfim parecem muito mais centradas nas suas próprias vulnerabilidades, percepções e até autorresponsabilidade. A mudança de foco foi intencional para esse trabalho?
C: Com certeza, sim! No entanto, quero deixar claro que esse EP é um parêntesis, não uma certeza para a minha carreira. Continuarei fazendo de tudo, não só músicas e letras densas e maduras.
OFF: Das cinco faixas que integram o mini-álbum, qual é a mais significativa para você e por quê?
C: a casa é a mais especial. Acho que é a canção em que mais me abro e a que mais evidencia meus problemas e vulnerabilidades. A produção é a minha preferida também.
OFF: Você realizou uma audição com os fãs antes da estreia do EP. Como é o relacionamento com eles? Como o público influencia na sua carreira?
C: Tento sempre manter a relação mais próxima possível. O público é o meu termômetro e considero todo mundo meu objetivo de alcance, quero gerar uma identificação com aquelas pessoas. Eles influenciam diretamente no meu trabalho, porque eles são a geração e o mundo em que eu vivo. Faço música com eles e para eles.
OFF: No ano passado, você fez algumas parcerias estrangeiras, como em Inminente da colombiana e vencedora do Grammy Latino, Juliana Velásquez. Você prevê uma inserção no mercado fonográfico internacional?
C: Sim! Como tudo na minha carreira e vida, quero que seja orgânico e que faça sentido. Não sou uma pessoa megalomaníaca e nem pretendo, necessariamente, conquistar o mundo.
OFF: Voltando para o Brasil…. Há alguma parceria em vista?
C: Sim! Com uma mulher que eu acho incrível e que conversa com o público como ninguém.
OFF: Com qual artista brasileiro você sonha em cantar?
C: Rita Lee, porém tive que deixar nos meus sonhos. Fora isso, colaborar com o Zeca Pagodinho e a Ana Carolina seria incrível.
OFF: Recentemente, você comentou no Twitter que está com saudade dos palcos. O que o público pode esperar para os próximos meses? Quais são seus planos?
C: Eu e meus produtores pretendemos montar um show bem legal para vocês! Estou com muita saudade de performar.
OFF: Além da música, você possui uma trajetória como atriz. Existe a possibilidade de um álbum visual ou projeto semelhante no futuro? Algo como o curta de All Too Well, da Taylor Swift, talvez?
C: Com certeza! Ainda tenho muita vontade de atuar, dirigir e roteirizar um trabalho audiovisual meu.
OFF: Para encerrar, mande um recadinho para os fãs.
C: Muito obrigada pelo respeito e carinho! Amo vocês pelo o que vocês são e espero que isso seja recíproco!
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Entrevista: Victória Lopes
Colaboração: Mirella Joels