Em suas próprias palavras, Nanno V é um jovem que sonha, assim como todo artista. Um moleque tranquilão e gente boa que desde cedo trabalha para alcançar seu objetivos e não pensa em parar ou desistir.
Nascido em Volta Redonda, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, o cantor de 23 anos é uma das novas apostas da Universal Music e é considerado uma das promessas do cenário nacional. Com referências de rap e pop em seus trabalhos, Nanno V mostrou ao público que possui personalidade própria e a mistura agradou ao público, com apenas quatro publicações no Youtube, o artista já acumula mais de 2 milhões de visualizações na plataforma.
Porém não é apenas com o microfone que o carioca tem afinidade, Juliano Viana (seu nome de batismo) também leva jeito com as palavras, ele já compôs canções para grandes artistas como Pedro Sampaio, 3030 e é um dos criadores do grande hit de 2019 do trio Melim, Gelo.
Agora, focado em sua carreira como cantor, Nanno V deu um grande passo com o lançamento de seu EP de estreia Te Levar, produzido por Bruno Martini. Recentemente, conversamos com o artista sobre o projeto, carreira, sonhos e perspectiva para o futuro. Confira:
OFF: Como está a expectativa com o seu EP de estreia, Te Levar. Está animado?
Nanno V: A expectativa é enorme, é um trabalho que a gente sempre quis fazer, eu estou muito feliz. É o primeiro trabalho sozinho, cantando. O Bruno também é uma pessoa muito especial, que me ajudou na produção, e eu estou realizado, muito contente mesmo. Acredito que as músicas são bem diferentes, misturam bastante coisas. Estou muito satisfeito, contente de lançar um EP pela Universal Music. Acho que o que trabalhamos está dando certo e é isso. Tenho uma grande expectativa sim, porém tudo é trabalho. Está muito legal, tem muita coisa boa nesse EP.
OFF: Neste EP, você trabalhou com o Bruno Martini, que é um dos maiores produtores e DJs do Brasil. Como foi essa experiência? Como vocês se conheceram?
NV: Na real, eu conheci o pai dele no estúdio, o Gino, que é guitarrista do Double You. Ele ouviu as minhas músicas e falou “cara, você precisa conhecer meu filho, você precisa conhecer o Bruno, vocês podem fazer coisas legais juntos”. O Bruno estava viajando e um dia ele retornou de viagem e eu estava no estúdio também. A gente já havia se falado por telefone antes, então ele chegou, me conheceu, escutou as músicas e gostou muito, disse que queria trabalhar comigo. Depois disso, comecei a ir para a casa do Bruno, fazíamos música todas as madrugadas no estúdio, acho que teve essa conexão. É foi muito maneiro, é um orgulho estar trabalhando com um cara como ele, que tem diversos prêmios. Que já trabalhou com um artista como o Timbaland, tem sete discos de diamantes se eu não me engano, acho que são mais, e é uma pessoa que entende muito de hit, sabe muito de música. Então é muito gratificante ter a oportunidade e o prazer de trabalhar com o Bruno.
OFF: Te Levar conta com 4 faixas, Chapadona, Mau Mau, Cinderela e a faixa-título. Qual foram os critérios para selecionar essas canções?
NV: Nós já tínhamos algumas faixas e selecionamos essas por uma se ligar com a outra, por todas falarem sobre relacionamentos, sobre amor, algumas sobre positividade. Procuramos unir as músicas que se encaixavam e as que mais curtimos para esse início de trabalho. Eu gosto muito das quatro, há uma delas que é bem especial para mim, Cinderela. Gosto dela por tudo que tenho vivido agora, pelas coisas estarem dando certo. Ela fala sobre estar junto independente de qualquer parada, imagino que ela é a minha favorita apesar de eu gostar muito da Chapadona e das outras também.
OFF: Notei que você não incluiu Tranquilão na tracklist, apesar de ela ser um sucesso nas redes sociais com mais de 1 milhão de visualizações. Há outros planos para a essa faixa?
NV: Eu não esperava o sucesso dela, foi muito legal, a galera veio bastante depois dessa canção. Ela foi uma ideia minha e do Bruno, a gente estava vivendo mais ou menos a mesma vibe de relacionamento. E isso foi muito maneiro ver a galera curtir, pois a gente trabalha, a gente investe também e é legal ver esse retorno. Acredito que a Tranquilão é muito importante e vamos trabalhar com ela em outros projetos, com certeza penso em colocá-la em outros trabalhos, em breve vou contar mais coisas (risos).
OFF: Seu nome de batismo é Juliano Viana. Nanno V. é seu nome artístico, como você chegou nessa escolha?
NV: Na época que comecei a tocar, eu tinha uma banda com o meu irmão bem antigamente, eu tinha uns 13, 14 anos, na adolescência. No meio disso tudo, nós achávamos Juliano muito comum e aí pensamos em colocar uma parada diferente. Ele falou “Nanno”, e eu gostei de cara, achei que era um nome que dava para brincar. A princípio era só Nanno, mas vi que existiam outros e eu queria fazer diferente. Então coloquei o V, que é de Viana, foi uma ideia do meu empresário. Assim viemos com Nanno V ou Nanno V (Vi), como algumas pessoas chamam também.
OFF: Você tem um histórico no rap, já integrou o grupo Zona Verde, já abriu shows de artistas como Racionais MC’s e Filipe Ret. O que te levou a migrar do rap para o pop?
NV: Nós tínhamos um grupo, eu gostava muito da questão das batalhas de rima. Mesmo com o grupo, as partes melódicas, os refrões era eu que cantava, então eu fazia o rap e fazia as outras partes também, eu sempre gostei disso. De uma certa forma, o pop sempre sempre esteve dentro da minha vida, mas misturado. Hoje, eu resolvi seguir no pop, pois é algo que tenho mais curtido fazer. São músicas diferentes, não é tão underground, eu fugi um pouco do underground e estou adorando fazer pop agora, essa transição foi muito importante. Atualmente, eu coloco o rap em cima do pop, antes eu botava o pop em cima do rap, mudei um pouquinho, porém ainda tem a cara do rap.
OFF: Você apresenta traços de vários gêneros nas suas músicas, rap, pop, samba. Como você definiria o seu estilo musical?
NV: Hoje eu definiria mais para o pop, mais nessa levada, como eu te falei, mas com algumas coisas diferentes. Gosto sempre de misturar, pois é ela que dá um ar de novo, de diferente. É sempre bom mesclar um samba, misturar uma guitarra com rap, com pop. Imagino que todos os meus trabalhos vão ter pelo menos uma coisinha diferente. Sempre com pop, com a pegada do rap, esses dois sempre juntos com alguma novidade.
OFF: Você também é compositor, escreveu um dos grandes hits de 2019 que foi Gelo da Melim. Como foi obter esse resultado? Ver uma música que você ajudou a criar tocando por todos os lugares.
NV: É muito gratificante para gente, o compositor sempre sonha com isso, ainda mais quando escreve pensando em outras pessoas. Gelo, eu tive a oportunidade de compor junto com a galera da Melim, conheci eles através do Jhama. Nós escrevemos juntos, depois o Diogo terminou a música e mandou para a gente. É emocionante demais ter esse resultado, ver a música tocando outras pessoas, explodindo e viralizando. Isso é um marco muito grande para a gente. Para mim é uma das canções mais importantes da minha carreira, é muito gratificante, fico bastante orgulhoso.
OFF: Muitos artistas consideram essa transição de compositor para cantor um pouco complicada. No seu caminho houve alguma adversidade em relação a isso?
NV: No início, eu escrevia muito como compositor mesmo. Essa transição para artista sempre existiu, sempre sonhei em ser artista, mas eu sabia exatamente o tempo das coisas. Antigamente, o momento era de fazer composições para outras pessoas e isso nunca me incomodou, sempre foi uma maneira legal de ver o trabalho. Acabei conhecendo outras pessoas nesse meio de compositor e elas comentavam “cara, mas tu também é artista”, até o 3030 disse “pô vamos gravar essa” e foi acontecendo, penso que os dois andam muito juntos e não tive nenhum empecilho quanto a isso.
OFF: Agora você está focado apenas em sua carreira ou segue compondo para outros cantores?
NV: Eu acho que o compositor nunca para. Estou muito focada na minha carreira como artista, mas a música ela vem, às vezes surge uma canção que eu não gravaria, então tento sim colocar ela para outros artistas. O Nanno anda muito com o Juliano, o compositor, então os dois estão sempre ali, acredito que uma coisa não atrapalha a outra. É lógico que o tempo fica mais corrido, a gente vai compondo menos, tem que trabalhar. Eu estou focado mais na carreira como cantor, porém o compositor também não para não, ele inclusive tem algumas novidades aí. Quem sabe alguma dessas divas pop vai gravar alguma canção minha de novo (risos).
OFF: Como é o processo criativo de um compositor? Como funciona, de onde vem a inspiração para escrever?
NV: Eu escrevo muito a verdade e de quando em quando viajo na vibe dos outros amigos compositores que estão ali naquele momento. Geralmente um está triste, o outro mais feliz, a gente junta tudo e acaba saindo uma música diferente. A inspiração depende, às vezes você está tendo um dia muito bom, então você faz uma canção bem feliz, bem animada. Em dias que você está triste, acaba escrevendo sobre algo a mais que você está sentindo, você quer passar uma mensagem. A composição vai muito do que a gente vive e também do projeto, tipo “ah tem uma música para tal pessoa, vamos dar uma viajada nisso?”. Eu tenho vários grupos de compositores e sempre estamos brincando com isso. Compor é muito livre, tem sempre essa liberdade.
OFF: Qual é a sua composição preferida?
NV: Pergunta difícil, hein?! (risos). Uma das minhas favoritas, todas são muito especiais para mim, mas acho que Cinderela é uma composição que eu gosto muito. Ela fala sobre você ficar junto independente de qualquer coisa e Gelo também, pois ela diz mais ou menos a mesma coisa, que é “orgulho não combina com felicidade, o amor é pra quem tem coragem”. Curto muito as músicas que falam sobre amor, de vibe, de positividade, isso é super legal.
OFF: Anteriormente, você falou sobre a possibilidade de alguma artista pop gravar uma música sua. Qual artista você gostaria que cantasse uma de suas composições e com quem você gostaria de cantar junto?
NV: Eu tenho alguns desafios na vida, eu gosto muito de brincar com funk, uma artista que eu gostaria muito que cantasse uma música minha seria Jojo Todynho, seria muito legal, pois já fiz algumas coisas, eu estava com algumas ideias para ela e gostaria que ela gravasse, mas não sei se rolaria, se daria certo, seria um desafio mesmo. Ou o Kevin O Chris, alguém do funk, que é algo que eu não faço muito. Do pop, a Luísa Sonza, a Iza quem sabe, seria gratificante também. Um artista que eu dividiria a voz, que é um sonho fazer feat com esse cara, que é uma pessoa que em tudo que participa é muito bom, seria o Vitão. Ele manda bem em tudo que faz, ele é f*da, você nunca vai ouvir uma parte ruim do Vitão (risos).
OFF: Você tem como mentor o Jhama, acredito que ele deve ter dado para você vários conselhos artísticos importantes. Como é a relação de vocês e qual foi o conselho mais marcante que ele te deu?
NV: O Jhama é uma pessoa muito importante não só na minha carreira, mas também na minha vida. Ele foi um cara que acreditou muito em mim, me ensinou muitas coisas. O Jhama é um professorzão na minha vida, a gente se dá muito bem, fazemos chamada de vídeo direto, fazemos algumas coisas juntos, temos muitas composições guardadas, uma mais linda que a outra. É muito orgulho, o Jhama brinca que eu sou o monstrinho que ele criou (risos), nós temos esse carinho um pelo outro, ele diz que eu sou o filho branco dele. O Jhama é uma pessoa muito especial, ele tem uma luz. Um conselho que ele sempre me deu, ele falava assim para mim “composição é a sua aposentadoria, você um dia vai conseguir se aposentar com composição”, e eu guardei isso para vida e nunca paro de compor, nunca paro de criar, de produzir, isso é um trabalho. Ele me ensinou a realmente trabalhar com isso, disse “cara, larga e vai fazer música porque você leva jeito”. Nós passamos dois anos juntos no Vidigal e lá eu aprendi muitas coisas, tenho bastante saudade de lá e da relação com todo mundo. Conheci o 3030 no Vidigal também, o LK, tenho relação com ele até hoje, brinco que ele é meu padrinho, nós fazemos músicas juntos, escrevemos, cantamos. O Jhama de fato é muito importante para mim.
OFF: Quais são as suas metas como artista? Pode sonhar grande.
NV: O meu grande sonho é um dia ganhar um Grammy, está longe um pouco, porém eu acredito sim, e prêmios, acho que um artista ser premiado é muito gratificante. A Gelo para mim já é um grande prêmio por ter alcançado esse mérito. E todo artista sonha em estar na televisão, em ir no Faustão, trocar uma ideia, só do nome aparecer ali já é muito legal. Meu sonho também é que a galera escute a minha música, que sintam a energia. Desde moleque eu queria ser artista, queria estar cantando no palco, então a meta é fazer grandes shows e produzir um trabalho bem legal, lançar um álbum, gravar vídeos, fazer mais coisas com violão e é isso.
OFF: Quais são os seus planos para 2020?
NV: Os planos para esse ano são: continuar trabalhando muito, ainda mais com essa pandemia a gente trabalha bastante com as redes sociais, as conversas. Não parar de compor, eu estou produzindo algumas coisas em casa, trocando algumas ideias, experiências também. Acho que o importante é nunca parar, continuar trabalhando e com certeza vem grandes projetos por aí, eu penso em um álbum, em trabalhar com banda, em mudar algumas coisas também e estamos trabalhando para que isso aconteça um dia.
OFF: Para finalizar, mande um recado para o público do Offstage que está conhecendo o seu trabalho agora.
NV: Rapaziada, quero muito, muito, muito que vocês escutem bastante Nanno esse ano. Aproveitam a quarentena, botem no fone de ouvido, escutem Chapadona, Mau Mau, Cinderela, Te Levar principalmente. Ouçam com amor, com carinho que vale a pena e em breve vem mais novidades.
Continue acompanhando o Nanno V:
Instagram | Facebook | Youtube | Spotify
Reportagem: Victória Lopes