RUBY, preste muita atenção neste nome, pois você ainda irá ouvir falar bastante dele. A cantora e compositora mineira, que é a nova aposta da Universal Music, já deu o pontapé inicial em sua carreira da melhor maneira possível com o debut single Chapadin De Amor, uma parceria com o DJ e produtor de renome, Papatinho.
Nascida e criada em Belo Horizonte, Camila Gomes teve como inspiração para o seu pseudônimo artístico a ativista negra Ruby Bridges e promete trazer em seus trabalhos militância e empoderamento afro. A jovem, que mantém a sua conexão com a música desde pequena — aos dois anos de idade RUBY já cantava na igreja que frequentava com os pais — foi descoberta em 2018 através de um vídeo postado em suas redes sociais pelo Papato. Desde então, a artista já esteve no estúdio a convite do produtor e impressionou com o seu talento, na ocasião de curto tempo a dupla desenvolveu cinco faixas, entre elas o seu single de estreia Chapadin De Amor. O Offstage teve a oportunidade de conversar com RUBY sobre a faixa, detalhes de sua identidade musical e metas de carreira. Confira:
OFF: Recentemente, você lançou seu single de estreia Chapadin De Amor. Como foi a criação dessa faixa e o que te levou a escolhê-la para ser a sua estreia?
Ruby: Chapadin De Amor nasceu quando fui conhecer o Papatinho, ele tinha me descoberto na internet e eu fui para o Rio de Janeiro fazer uma experiência no estúdio. E ela foi criada nesse momento ali com outras cinco faixas que nós gravamos e foi muito legal, super incrível. Como dessas músicas, ela era a que tinha a energia que mais me representava no sentido de alegria, de good vibes, eu falei “Ah! Quero iniciar com o pé direito, com uma música que fale bastante dessa vibração gostosa, de você estar leve curtindo o seu momento, a sua viagem”. Então quis vir com Chapadin De Amor trazendo isso nesse momento de carnaval em que as pessoas já estão no clima de curtir, de estar mais leve, de esquecer um pouquinho dos muitos problemas que enfrentam e se jogar literalmente nessa viagem, é isso.
OFF: Você está começando super bem, pois Chapadin De Amor é uma parceria com um dos maiores DJs e produtores musicais do momento, o Papatinho. Você já comentou que foi descoberta por ele, como esse encontro aconteceu?
R: No primeiro momento eu fiquei muito feliz, mas meio desacreditava, falei “Gente! Ele é um artista muito grande que está inserido no mercado nacional e até internacional, que tem parcerias com grandes nomes”, então fiquei apreensiva tipo “será que é verdade?” e era! Eu conheci o Papatinho pessoalmente, ele é uma pessoa incrível, muito humilde. A gente fez esse trabalho juntos e temos pretensão de fazer ainda muita coisa pela frente. Nós nos damos super certo no estúdio, trabalhamos com muita fluidez, as músicas saíram muito rápido, conseguimos fazer tudo em uma semana, rendemos bastante, então queremos continuar explorando essa boa energia e essa conectividade musical.
OFF: O clipe de Chapadin De Amor carrega o mesmo conceito da música, a positividade, bem good vibes. Você teve algum envolvimento na produção do videoclipe? Como foram as gravações?
R: Foi a minha primeira experiência gravando um videoclipe profissionalmente. Inicialmente, a impressão que eu tive foi que dá muito trabalho gravar um clipe, são muitas pessoas envolvidas, é uma equipe grande e todo mundo está ali se dedicando da melhor forma possível, tanto a pessoa que vai maquiar quanto a que vai escolher o style, quanto a que vai produzir, dirigir. Foi bastante bacana, pois o pessoal me deixou livre para opinar nas coisas que eu estava fazendo, então brinquei com o cenário, montei algumas coisas por conta própria também. Foi muito legal, toda essa experiência foi de muito aprendizado, me deu um parâmetro bem legal para os próximos trabalhos que vou realizar.
OFF: Regressando um pouco, como nasceu a sua relação com a música?
R: Começou desde muita nova, os meus pais são evangélicos e o meu pai gosta muito de música, ele sempre tinha muito vinil, muitos CDs. Eu cresci cantando na igreja, desde os meus 2 anos de idade, porém também cresci ouvindo muita black music, R&B, Nina Simone, Erykah Badu, Etta James, Marvin Gaye, Michael Jackson, Queen, várias vertentes diferentes de músicas que são referências, são cantores de influência internacional. E nacional também, ouvia bastante MPB, muitos sons aqui do Brasil que temos como exemplo. Então a música esteve presente na minha vida desde sempre, é algo que está na veia.
OFF: Você pretende seguir no mesmo estilo musical do seu debut single? Que gênero ou gêneros você trará na sua identidade como artista?
R: Eu tenho várias referências diferentes e por esse fato acabo compondo muita coisa de várias vertentes distintas, nem tudo que escrevo tenho a pretensão de cantar, tem muita composições que acredito que podem servir para outros artistas. Eu quero poder explorar dentro do meu segmento tudo que puder, desejo bastante fazer um trabalho com percussão africana, com afrobeat, também fazer uma produção com música orgânica, com metais, com um tecladinho como o da Amy Winehouse, curto muito essas bases. Portanto, eu quero poder explorar tudo isso no meu trabalho, essas referências que tenho.
OFF: Você não apenas canta, mas também é compositora, Chapadin De Amor foi escrita por você. Como é o seu processo criativo quanto a escrever, o que te inspira?
R: O meu processo de compor é muito engraçado. Geralmente, começo a cantar uma música e ela já sai com letra e melodia. No entanto, também há um outro processo, é mais difícil eu recorrer a ele, em que escrevo a letra direto, Chapadin De Amor foi criada assim. Porém gosto mais quando alguém está tocando algum instrumento e eu entro na onda, começo a cantar, vamos gravando e a música sai inteira. Quando componho gosto de escrever para expressar o que estou sentindo, então tenho muita canção que expressa o sentimento puro daquilo que estou passando, de alguma experiência. Também curto falar sobre coisas que quero sentir, sentimentos que quero ter ao longo dessa caminhada. Como Chapadin é um sentimento leve, é uma coisa que eu quero escolher estar nele, eu desejo estar leve, curtir minha onda. É isso, são essas duas vertentes que me inspiram na hora de criar, expressar o que eu sinto e o que eu quero vivenciar.
OFF: Quais são as suas maiores influências musicais?
R: Como eu já tinha dito, eu gosto muito da Nina Simone, ela é a minha número um, é a cantora que mais admiro, me baseio muito nela. Acabo me inspirando bastante na performance que ela era capaz de proporcionar, do tanto que a Nina mergulhava na música e fazia você entrar numa viagem através da sua interpretação, que era muito intensa. Eu curto muito Amy Winehouse, o jeito que ela projetava a voz, as cadências, a produção musical, os metais, os teclados e tudo mais, sou muito apaixonada pela Erykah Badu também. Eu tenho muitas referências americanas, pois gosto demais do jeito de cantar da black music, do R&B, curto bastante de D’Angelo. Do pop internacional, Beyoncé, Rihanna, Lizzo, todas elas são cantoras incríveis.
OFF: Ruby é seu nome artístico e foi inspirado na ativista Ruby Bridges. Temos diversas artistas negras nacionais e internacionais como Elza Soares, Beyoncé, Lizzo, que unem o espaço que têm na música com a militância, o ativismo. Você também deseja adotar esse viés no seu trabalho?
R: Eu acredito que isso é algo que nós não temos como fugir, a gente não escolhe ter que falar disso, é uma necessidade, é uma coisa que se torna necessária. Penso que não é tanto uma escolha, e sim uma questão de responsabilidade. Pois como nós trabalhamos em um meio em que somos muitos expostos e que estamos o tempo todo servindo de referência e influenciando várias pessoas, crianças, adolescentes eu creio que é muito pertinente usar esse espaço e essa voz para levar conhecimento e empoderamento. Acredito que não há uma forma melhor de empoderar crianças negras, mulheres negras do que fazendo elas conhecerem sua história. Fazendo elas saberem que no passado existiam rainhas e reis africanos e que o que é contado para a gente na escola não é a nossa história de verdade. Temos que buscar conhecimento e nossas referências, quando cresci existiam pouquíssimas referências negras e hoje a gente tem no pop nacional, a Ludmilla, a Iza, a Malía, cantoras negras que estão no mercado crescendo a cada dia e servindo de inspiração para outras meninas. Eu quero entrar para esse time, fortalecer ainda mais esse sentimento de união e de conscientização do que é ser a mulher negra e do que a gente é capaz de fazer dentro da sociedade.
OFF: Quais são as suas metas, os seus sonhos como artistas, onde você quer chegar?
R: No momento, a minha meta é entregar um trabalho de qualidade, inspirar muitas pessoas e quero levar para o público um sentimento real da música, aquilo que ela está se propondo a entregar, desejo passar isso da melhor forma possível. A música tem uma ligação muito forte, pois independente do que eu estou sentindo, se estou feliz ou se estou melancólica, ela me transporta para um lugar diferente. Quero proporcionar essa sensação para as pessoas de que quando elas colocarem alguma música minha para escutar, elas viajem para um lugar diferente, onde elas se encontrem e se sintam melhores.
OFF: Você já tem o Papatinho na sua lista de colaborações realizadas. Com quais outros artistas (nacionais e internacionais) gostaria de fazer uma parceria?
R: Vou te falar a verdade, acho que essa é uma pergunta muito difícil de se fazer para um artista, qual a utopia de feat, pois eu tenho tantas referências e existem tantas pessoas no mercado que me inspiram, que me tocam tanto, então fica difícil escolher uma só. Mas, nesse momento, eu acredito que seria com Seu Jorge, seria uma parceria sensacional, tenho muita vontade de colaborar com ele. Quanto a um feat internacional… aí você me pegou de jeito hein (risos)! Me bateu com força, eu gostarias de trabalhar com várias, porém vou fazer um filtro, irei tendenciar para o lado das mulheres, é utopia total, real oficial, eu fico entre Rihanna e Beyoncé porque as duas são as queens, no entanto imagino que com a Rihanna, seria meu sonho.
OFF: Agora que o primeiro passo na sua carreira foi dado, foi apresentado ao mundo, o que mais podemos esperar de você neste ano?
R: Para 2020 estão vindo bastante músicas, eu tenho cinco músicas no forninho, tem feat, estou muito feliz de poder trabalhar com uma empresa tão grande como a Universal Music, acredito que vai ter um alcance muito legal e isso vai crescer bastante durante o ano. Estou com um projeto muito legal, com muitas canções boas, quero implementar muito a música orgânica no meu trabalho, trazer bastante referências de afro. Planejamento grande para 2020, muita expectativa!
OFF: O que você pode adiantar sobre essa colaboração que está por vir?
R: Mês que vem vai ter o lançamento de um feat, não posso adiantar com quem será porque é surpresa. Só posso dizer que é uma parceria afrocentrada, é uma música bem romântica, composição minha e de um outro amigo e vai estar bem legal.
OFF: Para finalizar, mande um recado para o público do Offstage que está conhecendo o seu trabalho agora.
R: Olá pessoal do Offstage, aqui é a Ruby! Estou mandando um beijo muito grande e passando aqui para divulgar o meu novo trabalho em parceria com o Papatinho, o single Chapadin De Amor, que está disponível em todas as plataformas digitais! Me segue lá no Instagram @eu.rubi, se inscreve no meu canal no Youtube e me segue também no Spotify que irá ter muito trabalho legal aí pela frente, um beijão!
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Reportagem: Victória Lopes