Sonata Arctica se prepara para fazer oito shows no Brasil em 2020. A banda finlandesa, que é uma das mais importantes no cenário do heavy metal mundial, levará para São Paulo, Limeira (SP), Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre a tour do seu mais novo álbum, Talviyö.
Com mais de 20 anos de carreira, o quinteto formado por Tony Kakko, Elias Viljanen, Pasi Kauppinen, Henrik Klingenberg e Tommy Portimo é um grande expoente do metal melódico. Com uma trajetória muito bem sucedida, a Sonata Arctica já conquistou diversos discos de ouro, indicações ao Emma Awards (considerado o Grammy da Finlândia), esteve inúmeras vezes nas paradas musicais de seu país natal e nos rankings internacionais, além de várias turnês esgotadas.
Atualmente, o grupo percorre o mundo com a turnê de Talviyö, projeto divulgado em setembro. Já tendo passado pelos Estados Unidos e pela Europa, os roqueiros passarão por oito países da América Latina com um total de 16 shows. Recentemente, conversamos com o tecladista da Sonata Arctica, Henrik Klingenberg, sobre o novo disco, carreira, sonoridade, e, é claro, a expectativa para os shows em solo brasileiro. Confira:
OFF: Podemos começar falando sobre o novo trabalho de vocês, Talviyö, que traduzido significa ‘noite de inverno’. Qual foi o motivo para a escolha desse título?
Henrik Klingenberg: Nós estávamos tentando encontrar algo que fizesse sentido como sempre. Então o Tony (Kakko) sugeriu ‘Talvi’, mas não achou que isso era bom o suficiente e adicionou o ‘yö’. E decidimos por Talviyö no final.
OFF: Esse é o décimo disco da Sonata Arctica. Devido a isso, houve algum tipo de pressão para a criação dele? Como foi o processo criativo?
HK: Eu não acho que tivemos alguma pressão especial por ser o décimo álbum, porém é claro que sempre queremos fazer o melhor disco possível. O processo criativo foi mais ou menos o mesmo de antes, Tony cria as demos, depois analisamos elas todos juntos e começamos a trabalhar nos arranjos. Dessa vez, também tivemos o Mikko Tegelman, nosso engenheiro de som dos shows trabalhando conosco, produzindo o CD e, com certeza, ele também teve participação nisso tudo e em como as músicas ficaram.
OFF: Que influências vocês tentaram trazer para Talviyö?
HK: Acredito que nós temos influências muito distintas já que escutamos tipos diferentes de música e todas essas coisas foram trazidas para esse disco. Pessoalmente, as minhas maiores influências no teclado são Jon Lord e Kevin Moore.
OFF: A capa do álbum é lindíssima! Ouvi que a imagem utilizada é de um fotógrafo premiado. Como foi isso?
HK: A gente estava conversando sobre usar uma fotografia como capa há algum tempo, e eu me deparei com esse cara na internet que tinha algumas fotos incríveis. O Tony então entrou em contato e trabalhou com ele na capa e no resto da arte. Acredito que essa é a melhor capa que tivemos até agora, ela está realmente incrível, especialmente no vinil.
OFF: O público acredita que esse é o trabalho mais heterogêneo da Sonata Arctica, com diferentes gêneros, um pouco de power metal, alguns toques progressivos. Vocês quiseram colocar tudo isso nesse projeto, trazer essa variedade?
HK: Nós realmente não planejamos com muita antecedência, então se esse for o caso, acho que tivemos sorte. A ideia principal por trás do disco era tentar capturar o modo como soamos ao vivo no estúdio, isso é algo que estamos tentando fazer nesses últimos álbuns. Creio que nesse (Talviyö) é o mais próximo que chegamos até agora.
OFF: Qual é a sua faixa favorita de Talviyö e por quê?
HK: Eu gosto muito de The Raven Still Flies, pois ela tem muitos elementos diferentes e mostra a maioria dos lados da banda.
OFF: Atualmente, nós estamos na era das colaborações. Vocês gostariam de fazer uma parceria com alguma banda/artista?
HK: Não me importo de trabalhar com outras pessoas e a lista de artistas é longa demais para mencionar. Ficaria feliz em colaborar com qualquer um que tenha mente e coração abertos.
OFF: Vocês acompanham o cenário atual do rock, do metal? O que acham?
HK: Penso que a gente está bastante por fora de qualquer cenário. Portanto, pelo menos pessoalmente,não estou “por dentro das coisas atuais”. É claro que acompanho um pouco as bandas e os artistas que conheço. Até onde sei, o heavy metal ainda está indo muito forte.
OFF: Em breve teremos a Sonata Arctica aqui no Brasil, serão oito cidades, ou seja, todo mundo vai ter a oportunidade de ir vê-los . Como imaginam que vai ser a turnê brasileira?
HK: Tenho certeza que será totalmente incrível como sempre. Acredito que toda a banda está ansiosa para tocar as novidades assim como os clássicos para a América Latina.
OFF: Não será a primeira vez que o grupo vem ao Brasil. Você guarda alguma memória marcante daqui? Os fãs brasileiros têm algo diferente dos outros?
HK: Vocês são uma das plateias mais barulhentas que conhecemos e os shows aí sempre foram muitos loucos, então mal posso esperar para voltar!
OFF: A Sonata Arctica tem mais de 20 anos de carreira, muito sucesso e reconhecimento. Quando começaram na música imaginavam que se tornariam um dos maiores nomes do power metal?
HK: Quando entrei para a banda em 2002, a carreira já havia começado. Porém eu não tinha ideia de que ainda estaríamos no cenário 17 anos depois, então isso foi uma surpresa boa. Espero que a gente consiga continuar fazendo isso pelo menos por mais algumas décadas.
OFF: Como é completar duas décadas de banda?
HK: Faz você se sentir um pouco velho (risos). Mas eu diria que o sentimento mais proeminente é a gratidão. Estamos em uma posição única em que somos capazes de fazer isso por tanto tempo. E isso com certeza é por causa do apoio contínuo que temos dos nossos fãs. Muito obrigada!
OFF: Muitas pessoas sonham em ser rockstars, têm suas bandas, criam suas músicas. Que conselho você daria para quem está começando?
HK: Foque em fazer a sua música e cerque-se de pessoas que você gosta de estar junto, todas essas coisas de show business e etc. podem esperar. Se você sonha em ter muito dinheiro, está no negócio errado e, claro, boa sorte!!
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Reportagem: Victória Lopes
