Xamã lançou nesta quinta-feira (12) seu mais novo álbum, O Iluminado. Como o nome já indica, o disco traz como conceito o cinema. Toda a sua tracklist é composta por títulos de filmes, Um Drink no Inferno, Taxi Driver, Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado e Central do Brasil são algumas das obras referenciadas.
“Segui na mesma linha do meu primeiro disco que foi baseado nos 7 Pecados Capitais, nele há uma música com cada nome de pecado. Dessa vez, nesse novo álbum, me inspirei no cinema, sempre curti esses filmes, são os meus favoritos, então quis trazer isso para esse trabalho”, revela Xamã ao Offstage.
Para integrar o ‘elenco’ de O Iluminado, o MC convocou personalidades já conhecidas e queridinhas pelo público, a amiga e parceira no projeto Elas Por Elas, Agnes Nunes (Pulp Fiction) e os gigantes do hip-hop, Orochi (American Pie), Rio Santana (Matrix), Luccas Carlos (Uma Linda Mulher) e Filipe Ret (Advogado do Diabo).
“Acredito que cada uma dessas músicas combina com o estilo dos artistas que chamei para participar desse projeto. Cada colaboração tem a vibe, o estilo deles”, conta o intérprete de Um Drink no Inferno.
E não é apenas o CD que tem ligação com a sétima arte. Para a divulgação do novo material, Xamã divulgou no fim do mês de novembro um curta-metragem de mesmo nome. Estrelado por ele e dirigido por Guilherme Brehm, a peça audiovisual já entrega a premissa do disco e mostra o talento do artista de 30 anos também como ator, área que pode vir a ser explorada por ele futuramente.
Adiantando que Pulp Fiction é o filme (dos mencionados) que mais gosta, enquanto Matrix é a sua canção favorita, o carioca salienta que a diferença mais marcante entre o recente lançamento e Pecado Capital (2018) é o processo de produção.
“Pecado Capital teve um curto prazo para ser criado. Já com O Iluminado tivemos mais tempo, um ano para produzir, criar tudo, selecionar as faixas, gravar um curta para ele”, salienta o rapper para o OFF.
O resultado dessa longa preparação é impressionante. Com elementos variados presentes no disco, Xamã dá mais um passo certo em sua história e mostra que é um artista versátil. Uma das faixas que se sobressai é Malditas Aranhas, que apesar de ter aracnofobia, o cantor aproveitou a oportunidade para enfrentar o seu medo através de uma música com muita influência do rock.
“Ela foi feita em duas horas. Ouvi que é necessário encarar os nossos medos, eu tenho um pavor monstro de aranhas, então assim nasceu essa canção com bastante rock. Ela é gritada por isso, para mostrar que os medos foram encarados”, detalha.
O Iluminado se encerra da melhor forma possível, com um ‘presente’ para os fãs, o remix do seu trecho em Era Uma Vez no Poesia Acústica. Seu verso é um dos preferidos do público, sendo considerado até mesmo um dos melhores. A aprovação da galera teve certa influência na decisão de incluir a versão na tracklist. “Acho que Era Uma Vez combina com o resto das músicas, com a narrativa, a história do álbum, então funcionou finalizar o disco com ela, além de ter isso do público curtir”.
Apesar de não se preocupar com os números que seus trabalhos rendem, Xamã possui dados bastante expressivos: milhões de ouvintes, seguidores e visualizações nas plataformas online, além de ter um público que enaltece o seu som e não aponta defeitos (pois é difícil de achá-los quando tudo é feito com maestria). A razão para ser tão abraçado pela audiência é, segundo o próprio, que ele busca fazer músicas com temas acessíveis e de linguagem fácil, cotidiana, assim facilitando a compreensão de quem consome o seu conteúdo.
De origem humilde, o jovem já teve que batalhar muito na vida, foi vendedor de amendoim, trabalhou numa loja de roupas e cursou faculdade de Direito até se consolidar como um dos maiores nomes do rap nacional. Apesar das dificuldades, Xamã crê que com fê, dedicação, trabalho e muita preparação, todas as metas podem ser realizadas, pensamento que no seu caso é eficaz. O cantor realizou o desejo de praticamente qualquer músico, que é se apresentar no Rock in Rio. O rapper performou no dia 6 de outubro, último dia do festival, no Espaço Favela. “Foi uma das melhores experiências da minha vida”, relembra.
Xamã fecha o ano colhendo os frutos de O Iluminado, porém ele já adianta que iremos ouvir bastante seu nome no próximo ano, pois muitas colaborações com artistas dos mais variados gêneros e novos projetos estão nos seus planos para 2020.
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